sexta-feira, 15 de novembro de 2013

22

Paranoia, sempre acreditando que tudo tem um motivo. Alucinação. Olho pro relógio frequentemente, sempre aos 22 minutos de qualquer hora. Uma consciência pesada e impura. Prestes a completar a idade na qual achava que estaria com tudo resolvido, 22. E cá estou eu com meus 21, sem fazer nada, sem nada pra me preocupar, sem nada melhor pra fazer. Ouço música, mas não toco. Vejo filme, mas não atuo. Não escrevo, não me dedico a nada. Simplesmente perdi a minha motivação e esse blog é um grito. Um desespero de mim para mim mesmo, uma espécie de autoflagelar pra despertar-me. Não posso continuar com esse comportamento de merda. Tenho vergonha de mim. Tanta que estou sempre a atuar sorrisos. Tão displicente e tão descriterioso que amo a todos. Mas como não sei o porquê não sei demonstrar de maneira verossímil. Não confio no meu amor. Sou um filho da era superficial, roupas, bundas, marcas de cueca, academias lotadas, casacos de mil reais em pleno rio de janeiro, luta pelo acampamento indígena no meio do concreto, crianças com fome e eu de barriga cheia, eles com frio e eu com casacos sem serem usados. Super superficial, oficialmente superficial, declaradamente falida mas orgulhosa demais pra se redimir. Eu sou isso. Isso sou eu. Essa coisa misturada com carne, sangue, e um pouco de algo além do imaginável. Nada além disso, dessa paranoia coletiva de termos que ser o que se pede e não o que queremos. E eu vou tentar sobreviver e pegar fôlego aqui de vez em quando. Que venham os 22.

Nenhum comentário: